Dr. Celso Cukier
Tradicionalmente a ingestão protéica em atletas é maior que em sedentários. Embora as recomendações de ingestão protéica recomendadas pela RDA sejam baseadas em indivíduos saudáveis e de vida sedentária (0,8 g/dia), estudos com balanço nitrogenado demonstraram que a necessidade protéica e de aminoácidos específicos está aumentada durante o treino atlético regular (Lemon, 1995). A necessidade protéica depende de diversos fatores relacionados ao atleta (sexo, idade, ingestão calórico-protéica) e ao exercício (tipo, frequência, duração, intensidade) (Grandjean, 1989).
A ingestão protéica elevada modifica o metabolismo no sentido de aumentar a retenção nitrogenada, diminuir a gordura corpórea e aumentar a excreção urinária de creatinina (Oddoye et al., 1979; Consolazio et al., 1985). Estudos de suplementação protéica de 2,73 g/kg/dia demonstraram redução do lactato via ciclo-glicose-alanina (Voukovich et al., 1992).
A necessidade protéica varia de 12 a 15% da ingestão alimentar (Williams, 1985; Nelson, 1994). Para treinos onde é fundamental a aquisição da força muscular e a construção e reparação da musculatura tornam-se prioridades recomenda-se 1,4 a 1,8 gramas de proteína por kg de peso corpóreo (g/kg). Em treinos de resistência onde é necessário substrato para fonte energética auxiliar aos CH, as proteínas devem ser ministradas na proporção de 1,2 a 1,4 g/kg, podendo chegar a 2,0 g/kg em treinamentos muito intensos (Lemon, 1992 e 1995; Van Erp-Baart et al., 1992).
O emprego de aminoácidos específicos (arginina e ornitina) foi estudada com objetivo de promover aumento sérico do hormônio de crescimento em leventadores de peso. Embora não tenha demonstrado resultado satisfatório (Lambert et al., 1993), a manipulação hormonal e de aminoácidos isoladamente necessitam mais estudos para serem utilizadas constantemente como substratos energéticos.