CARACTERIZACAO DO SUPORTE NUTRICIONAL ENTERAL NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE UM HOSPITAL…

CARACTERIZACAO DO SUPORTE NUTRICIONAL ENTERAL NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE UM HOSPITAL ONCOLOGICO

Ana Cristina Matioski
José Henrique Schettini Wasilewski
Adriana Ruiz de Oliveira
Adriana Spuldaro de Carvalho

RESUMO

    Pacientes hospitalizados podem ter necessidades nutricionais especiais em função da desnutrição e dos desequilíbrios metabólicos impostos pelas doenças. A terapia nutricional, principalmente nos estágios críticos das enfermidades, deve ser administrada de modo seguro e eficaz1.
    Denomina-se terapia nutricional a oferta de nutrientes pelas vias oral, enteral e/ou parenteral, visando à oferta terapêutica de proteínas, energia, minerais, vitaminas e água, adequadas aos pacientes, que, por algum motivo, não possam receber suas necessidades pela via oral, convencional2. Há poucos dados concretos disponíveis sobre quando deva ser iniciado o suporte nutricional. A literatura não é conclusiva a respeito dos benefícios da alimentação precoce, embora estudos recentes como os de Moore e Kudsk sugiram que a alimentação enteral precoce leve a uma melhor evolução dos doentes quanto à morbidade infecciosa. Consensualmente acredita-se, no entanto, que quanto antes se inicie o suporte nutricional melhor, principalmente naqueles doentes previamente desnutridos ou naqueles em que se prevê uma desnutrição rápida e importante, como o doente em síndrome da resposta inflamatória (SIRS)3.   Segundo Capacci e col., “a nutrição enteral é recomendada precocemente, 24 a 48 horas da admissão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sendo mais indicada esta via à parenteral, sempre que o trato gastrointestinal está funcionante” 4.
    Pacientes com infecções graves, traumatismos ou em pós-operatório de grandes cirurgias são particularmente vulneráveis a desenvolver desnutrição. Ingestão diminuída, restrição da oferta hídrica, instabilidade hemodinâmica, diminuição da absorção e interação droga-nutriente podem ser situações de risco nutricional1. A terapia nutricional não somente procura prevenir a deterioração
 do estado nutricional, como, também e efetiva para minimizar as complicações devido ao jejum prolongado 2.
    Assim sendo, a meta da terapia nutricional para pacientes críticos não deve ser apenas suprir a demanda metabólica para evitar ou reverter a perda de massa corpórea magra e visceral. Deve sobretudo oferecer condições metabólicas que permitam a manutenção das funções orgânicas e imunológicas, preservando a massa corporal magra ao máximo, sem no entanto elevar o risco de complicações5.
    A analise retrospectiva da terapia nutricional enteral como forma de assistência ao paciente criticamente enfermo, fornecera dados referentes ao perfil desta população, possibilitando estabelecer um comparativo entre o praticado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Erasto Gaertner com a literatura, bem como de outras instituições.